Neste domingo, 19 de janeiro de 2025, o Brasil perdeu um de seus maiores nomes do jornalismo e da comunicação. Léo Batista, aos 92 anos, faleceu após lutar contra um tumor no pâncreas. O apresentador e locutor estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Rios D’Or, no Rio de Janeiro, desde o dia 6 de janeiro, quando foi diagnosticado com a doença após um quadro de desidratação e dores abdominais.
O velório de Léo Batista ocorrerá nesta segunda-feira, 20 de janeiro, das 14h às 16h30, na sede do Botafogo, e será aberto ao público. O sepultamento será reservado à família.
João Baptista Bellinaso Neto, Nascido em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, no interior de São Paulo, Léo Batista teve uma trajetória notável. Quando o jovem, ainda sem se tornar o ícone que seria, o futuro apresentador começou sua carreira no rádio aos 15 anos, quando foi convidado por um primo a fazer um teste para um serviço de alto-falante de sua cidade. O sucesso no teste foi imediato, e Léo logo se tornou locutor, levando notícias diárias à sua comunidade. Seu talento logo chamou a atenção de rádios mais importantes, e foi contratado pela Rádio Difusora de Piracicaba, onde se destacou como setorista do XV de Piracicaba.
O marco histórico que se seguiu foi a chegada da televisão no Brasil, em 1950. Léo Batista, como muitos, se viu deslumbrado pela nova mídia, mas sem saber o impacto que ela teria em sua vida. "Eu pensei: 'Ainda quero trabalhar nisso'", afirmou em uma entrevista em 2020, lembrando da chegada da "rádio com imagem", como muitos chamavam a TV na época.
Em 1954, Léo se tornou o primeiro locutor a noticiar a morte do presidente Getúlio Vargas, um momento que consolidou sua reputação como um comunicador de peso. Porém, foi em 1955, com sua migração para a TV Rio, que ele firmou sua carreira como apresentador. Lá, comandou o Telejornal Pirelli, permanecendo na emissora por 13 anos.
Em 1970, Léo Batista atingiu o auge de sua carreira ao ingressar na TV Globo. Sua primeira missão na emissora foi para cobrir a Copa do Mundo no México, onde o Brasil conquistou o tricampeonato. Após esse sucesso, Léo foi convidado para substituir Cid Moreira em uma edição do "Jornal Nacional". Sua performance foi tão impressionante que a Globo decidiu manter o apresentador, o que marcou o início de uma parceria que duraria mais de cinco décadas.
Durante seus mais de 50 anos na Globo, Léo Batista se consolidou como um dos apresentadores mais queridos e respeitados do Brasil. Ele teve o privilégio de vivenciar grandes momentos históricos, como a cobertura de Copas do Mundo e acontecimentos políticos que marcaram a história do país.
Léo Batista também se destacou como dublador e locutor, sempre com uma voz inconfundível e carisma contagiante. Ele se tornou uma referência para os profissionais da área e uma verdadeira memória viva da história da televisão brasileira. Mesmo após décadas de trabalho, ele permaneceu como o funcionário mais antigo da Globo até sua morte, após o falecimento de Cid Moreira.
Além do seu imenso talento, Léo Batista era conhecido por sua humildade e generosidade. Sempre muito respeitado por colegas e fãs, sua longevidade no cenário midiático é um reflexo do seu compromisso com o jornalismo e a comunicação.
Léo Batista deixa um legado imensurável para o jornalismo brasileiro. Seu nome será lembrado para sempre, não apenas por suas contribuições à comunicação, mas também pela forma como moldou a história da televisão no Brasil, sempre com ética, comprometimento e paixão pela profissão.
O Brasil se despede de um grande nome da comunicação, mas a memória de Léo Batista continuará viva, através de sua voz, suas reportagens e o exemplo de dedicação à profissão que ele deixou para as futuras gerações de jornalistas.